Linha do Tempo

O objetivo deste espaço é trazer alguns relatos que fazem parte dos últimos 50 anos das atividades extensionistas na Universidade Federal do Paraná. Embora haja registros em décadas anteriores, escolhemos como recorte temporal o surgimento da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PRAC), em 1974, em um contexto de grandes projetos nacionais que caracterizaram a extensão naquela época.  

Nas décadas posteriores, a institucionalização dessas atividades na universidade e a construção das políticas nacionais de extensão deram novos contornos e ajudaram a construir o cenário atual, que tem como principal característica a inserção da extensão nos currículos de graduação. 

A base para o detalhamento dos principais acontecimentos está na documentação encontrada nos arquivos da PROEC, nas atas do Comitê Assessor de Extensão (CAEX) e em trabalhos acadêmicos relacionados a história da extensão na instituição e no Brasil. 

Confira a seguir os principais acontecimentos das últimas cinco décadas da extensão Universitária na UFPR. 


Durante o regime militar, via-se no cenário nacional um grande debate sobre a necessidade de as universidades estarem mais próximas à sociedade. Apesar de nesse período a extensão ainda estar em um estágio de desenvolvimento tímido, ações e projetos já eram realizados.  

Em destaque estavam a criação, por parte do Governo Federal, dos Centros Rurais Universitários de Treinamento e Ação Comunitária (CRUTACs) em 1966, do Projeto Rondon (1967) e o conceito de Campus Avançado (1969). O grande objetivo da extensão universitária nesse primeiro momento era proporcionar uma melhor condição de vida a populações carentes de recursos além de regiões mais afastadas.  

Na Universidade Federal do Paraná (UFPR), o CRUTAC e Projeto Rondon se iniciaram em 1972. O primeiro buscava estar presente em regiões rurais do estado, integrando a UFPR à toda a comunidade paranaense. Já o Projeto Rondon, utilizando do programa Campus Avançado, instalou-se na cidade de Imperatriz-MA, constituindo diversos setores da própria universidade na colaboração de um grande intercâmbio entre estudantes.  

Nosso marco temporal é a criação da Pró Reitoria de Assuntos Comunitários – PRAC, em 1974, que pode ser considerada a primeira unidade administrativa responsável pela gestão da extensão.

Em 1974, é fundada internamente a PRAC – Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, se ocupando das atividades extensionistas dentro da Universidade.   

Nos anos seguintes, a extensão como elemento complementar do ensino e da pesquisa começa a ganhar mais espaço na UFPR. Através de resoluções e novos regimentos, criam-se normas que ditam o que são os cursos de extensão, quais serviços serão prestados e qual é a contribuição esperada da extensão para com a comunidade.  

A partir disso, uma outra perspectiva começa a ser desenvolvida na UFPR, definindo novas fronteiras e possibilidades das atividades extensionistas além da necessidade de sua institucionalização.  

Nos primeiros anos desta década, as atividades extensionistas eram entendidas como uma forma de assistência prestada pela Universidade para a comunidade. Entre as principais parcerias daquele período estavam o MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) e MUDES (Movimento Universitário de Desenvolvimento Econômico e Social).  

A partir de 1984, os registros das atas da Coordenação/Comitê de Extensão trazem detalhes da construção da política de extensão na UFPR. 

Nos anos seguintes, a extensão ganha mais espaço no contexto nacional. Com um modelo político republicano, o governo brasileiro torna-se mais ativo às questões que envolvem o ensino superior, surgindo programas como o “Nova Universidade” (1985-86) e grupos de docentes tal qual o FORPROEX – Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (1987), ambos com a missão de implantar melhorias na graduação e sobretudo na extensão.  

No final da década, entre os destaques está a Resolução 56/88 do CEP, alinhando novas normas para a prática extensionista na UFPR, bem como, uma maior participação do corpo docente e discente em eventos. No Brasil, se estabelece um conceito constitucional: a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, ou seja, não há hierarquia no tripé universitário. 

Em 1983, a UFPR sedia o primeiro Seminário de Extensão da Região Sul (SEURS), que todos os anos promove o intercâmbio entre as Instituições Públicas de Ensino Superior desta região do país.

Em outubro de 1984, a resolução 158/84 cria a Coordenação de Extensão, responsável por estabelecer normas e critérios relacionados às atividades extensionistas. Dois meses depois, em 07 de dezembro, é realizada a primeira reunião da Coordenação.  

Em 07 de Dezembro de 1984, sob presidência do Prof. Guilherme Lacerda Braga Sobrinho, pró-reitor de Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Paraná, foi realizada a reunião de ‘instalação’ da Coordenação de Extensão, com representantes de vários setores da Universidade. Atualmente, o órgão colegiado é o Comitê Assessor de Extensão (CAEX). 

Foi um projeto da universidade dentro do CRUTAC, em que estudantes de diversas áreas da UFPR estiveram na Ilha para prestar serviços socioeconômicos aos moradores da região, como atendimentos de saúde, cadastramento de casas e pesquisas de campo.  Os alunos desenvolveram um trabalho de levantamento sócio-econômico junto às 98 famílias da população fixa e cadastramento de 208 casas de veranistas; além de inúmeros atendimentos de saúde aos moradores da Ilha. 

O Campus Aproximado de Porto Vitória, integrado do Projeto Rondon buscava trazer para os moradores do município serviços de saúde, com a presença de estudantes dos cursos de Medicina e Odontologia.  Na área do direito, os voluntários organizaram o estatuto do Clube da Juventude Rural. 

Cada vez mais que os programas extensionistas se expandiram e o interesse dos Departamentos da Universidade pela extensão aumentavam, se via a importância de haver normas que guiassem essas atividades.  

Em maio de 1985, houve o 1⁰ Encontro sobre Extensão Universitária, em que os representantes da Coordenadoria de Extensão, Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e professores dos diversos setores da UFPR se reuniram para definir as seguintes questões: como a comunidade (urbana e rural) seria impactada pela extensão; as prioridades dentro do plano de atividades extensionistas; e a possibilidade de visitas para implementar as ações.  

Após 13 anos, a UFPR decide pelo fim do convênio com a prefeitura do município maranhense. O espaço, que antes era utilizado por alunos da UFPR para atuar em ações de integração e desenvolvimento da região, foi repassado à UFMA, tornando-se um Campus da própria universidade.  

Nos anos 1980, ganhava força dentro da Universidade o debate acerca da extensão como uma forma de trabalho. Nesse mesmo período, os estágios de extensão foram regulamentados, abrindo a possibilidade de os estudantes devolverem à comunidade os aprendizados concebidos durante a graduação.  

Evento patrocinado pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (PRAC), em outubro de 1986. O encontro foi realizado na UFPR e reuniu professores e representantes extensionistas de diversas universidades – como a UFRJ, UNIJUI-RS, UFSC e UFMG.  

Com os avanços nas discussões sobre o conceito de extensão, surge dentro da PRAC novas perspectivas em relação a estrutura e hierarquia da coordenadoria. Nesse sentido, é criado o Departamento de Apoio à Extensão (DAE), integrando órgãos como o CRUTAC – Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária – e o GTU – Grupo Tarefa Universitária. O DAE ficou responsável por prestar assistência à assuntos referentes aos cursos e programas extensionistas.   

Criação do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras (FORPROEX) A Extensão Universitária é conceituada como é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade. 

Uma das preocupações nesse período era como realizar a divulgação do que estava sendo praticado na Extensão, para incentivar os alunos da Universidade a participarem e para que a comunidade externa conhecesse quais ações eram ofertadas. Entre as sugestões dos professores extensionistas estavam painéis, vídeos e a nomeação de representantes da extensão em cada setor de ensino da UFPR.   

A UFPR participa do V SEURS em 1987, realizado na Universidade Federal de Pelotas – UFPel, no Rio Grande do Sul. Dez projetos e programas da Universidade receberam aprovação da PRAC para participar do evento.  

Na sexta edição do evento, a UFPR se fez presente com 7 projetos e programas extensionistas. O evento foi realizado na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, em Florianópolis, no final de novembro.   

Em conjunto com o Conselho de Ensino e Pesquisa – CEP, foram discutidas e estruturadas questões do que considerar extensão e como avaliar os programas e projetos.  

Nesse sentido, foi-se definido que as atividades extensionistas deveriam dialogar com questões básicas da comunidade, integrando a Universidade à sociedade de forma interdisciplinar. Também devem ser inclusos na execução dos programas e projetos representantes comunitários, bem como, instituições públicas e privadas.  

A UFPR participa do SEURS entre 4 a 7 de outubro de 1989. As apresentações ocorreram na Universidade Estadual de Maringá – UEM, em que projetos que não puderam estar no último seminário realizado em Florianópolis-SC se fizeram presentes.  

Em conjunto com o Conselho de Ensino e Pesquisa – CEP, foram discutidas e estruturadas questões do que considerar extensão e como avaliar os programas e projetos.  

Nos anos 1990, a administração extensionista na UFPR passa por reestruturações, tendo como principal mudança a criação de uma pró-reitoria própria para as ações culturais e extensionistas, denominada PROEC – Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. 

Nesse momento, também são repensadas novas estratégias, entre elas, a oferta de bolsas-extensão aos discentes, promoção de eventos relacionados à prática extensionista como o Festival de Inverno em Antonina, além de mostras de divulgação dos programas e projetos em espaços abertos à comunidade. 

Em abril de 1990, ocorre uma reforma administrativa acerca das questões que envolvem a extensão na Universidade. A PRAC – Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários torna-se PROEC – Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. A PROEC fica responsável por administrar as ações extensionistas de uma forma geral, abrangendo outros órgãos suplementares: Coordenação de Assuntos Culturais, Coordenação de Programas e Cursos de Extensão, Coordenação de Eventos, Museu de Arqueologia e Artes Populares, Editora.   

Visando uma participação maior dos alunos de graduação dentro da extensão universitária, foi aprovado pela PROEC em conjunto com o CEP a oferta de bolsas-extensão. Entre os critérios de prioridade para contemplação do projeto estavam: a troca de conhecimento entre diversas áreas, o local de atuação (com preferência às ações desenvolvidas fora da cidade), bem como, o potencial de parceria com outras instituições públicas ou privadas.    

A Sala de Exposições Arte, Design e Cia se tornou um dos principais pontos de mostras didáticas das atividades desenvolvidas por alunos da Universidade. A PROEC inicia a promoção de eventos e exposições dos projetos e programas de extensão neste espaço cultural, a fim de realizar a divulgação tanto para a comunidade interna quanto externa.  O espaço é administrado pelo Setor de Artes, Comunicação e Design (SACOD) da UFPR.   

Entre os dias 30 de junho a 07 de julho de 1991, acontecia a primeira edição do Festival de Inverno da UFPR, evento realizado na cidade de Antonina-PR. Através de atividades formativas, artísticas e multidisciplinares, a Universidade buscava promover a valorização da cultura popular litorânea e a troca de experiências e conhecimentos.   

Realizada entre os dias 01 e 04 de outubro de 1991, a 9o edição do SEURS ocorreu na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A Pró-Reitora de Extensão e Cultura, Marcia Kersten, representou a UFPR no painel “Universidade e Cultura”. Também marcaram presença a Pró-Reitora de Graduação, Prof.a Maria Amélia Sabbag Zainko, e o coral da Universidade.   

Realizado entre os dias 04 e 11 de julho, a segunda edição do Festival de Inverno da UFPR, em Antonina, reuniu diversas atividades para os mais diversos públicos, entre elas: oficinas de cerâmica, escultura, pintura, fotografia, desenho, tecelagem, criação de figurinos carnavalescos, projetos de dança e teatro, minicursos e espetáculos – com destaque para a participação da Banda Filarmônica Antoninense, grupos musicais e artísticos da UFPR (Coral, Orquestra Filarmônica Juvenil e Grupo de Dança), bem como, artistas locais. Considerada a maior atividade de extensão fora das mediações universitárias, o Festival reuniu, nesta edição, mais de 16 mil pessoas.    

A UFPR marcou presença no X Seminário de Extensão Universitária da Região Sul (SEURS). Realizado entre os dias 06 e 08 de outubro de 1992, o evento ocorreu em Londrina-PR na Universidade Estadual de Londrina – UEL.   

Em razão da reestruturação administrativa dentro da Universidade e suas Pró-reitorias, a Coordenação de Extensão passa a ser denominada com outra nomenclatura: CAEX – Comitê Assessor de Extensão, utilizada até os dias atuais. 

Em 1992, houve a primeira edição da também chamada “Semana de Extensão Universitária da UFPR”. Os seminários tinham o objetivo de divulgar as ações extensionistas da Universidade.  Atualmente, a UFPR realiza o ENEC (Encontro Nacional de Extensão e Cultura), evento integrante da Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão – SIEPE, sendo esta última articulada em conjunto com a Pró-Reitoria de Graduação e Ensino Profissional (PROGRAD), com a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG).

Começa-se a ser discutida a reformulação da resolução 56/88 – CEP, sobre a extensão. A nova normativa, no 24/93, explicita que a ação extensionista deve estar ligada a uma concepção de transformação e compromisso social, ou seja, que estabeleça uma relação conjunta entre universidade e sociedade.  

Além disso, a resolução também ampliou os formatos de atividades extensionistas para além de cursos e programas, adicionando as modalidades de projetos, eventos e ações complementares de Extensão.   

Em 1993, foram realizadas duas Mostras de Extensão Universitária na sala Arte, Design e Cia. Entre os dias 05 a 13 de maio e 27 a 30 de setembro, alunos, professores e a comunidade externa puderam apreciar os projetos de extensão existentes na Universidade. De acordo com levantamentos da própria gestão da PROEC no período, as mostras reuniram um público próximo de 500 pessoas.  

A décima primeira edição do SEURS foi realizada na Universidade Federal do Rio Grande – FURG, entre os dias 06 e 08 de outubro de 1993. Participaram do evento mais de 40 pessoas da UFPR, entre funcionários, técnicos administrativos, estudantes e professores. O Seminário se construiu a partir do seguinte tema: “Paradigmas Teóricos da Práxis Extensionista”.  

Completando uma década de existência, o CAEX passa a ser um centro de debate nas reuniões da PROEC, a fim de estabelecer melhor sua estrutura e responsabilidades. Desta forma, discussões entre os membros do comitê começam a ser realizadas, a fim de reformular o regimento do órgão colegiado.   

Programa elaborado pelo governo federal, que visava, sobretudo, adequar e integrar espaços físicos destinados a crianças e adolescentes. Entre seus objetivos, o PRONAICA buscava promover a proteção e acesso desse público nas mais diversas esferas (saúde, educação, cultura, lazer, alimentação, esportes etc.), bem como, capacitar educadores através de cursos.  

A unidade polo da UFPR atuava no total em 13 CAIC’S (Centros de Atenção Integral à Criança) de Curitiba, Região Metropolitana e litoral, em cidades como Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Colombo, Fazenda Rio Grande, Lapa, Paranaguá, Pinhais, Rio Branco do Sul e São José dos Pinhais.   

Realizado na segunda semana de agosto de 1994, a terceira edição do Seminário de Extensão da UFPR durou três dias. Entre palestras, espaços para relatos de experiências, apresentações e debates, o Seminário abordou as seguintes temáticas: política de extensão na atualidade, a cultura na Universidade e o trabalho envolvendo movimentos sociais. Também foram realizadas mostras dos projetos e programas de Extensão.   

A décima terceira edição do SEURS foi realizada na Universidade Federal do Paraná (UFPR) entre os dias 09, 10 e 11 de novembro de 1995. A temática principal do evento consistia na “Articulação da extensão universitária com projetos estratégicos de desenvolvimento da região Sul”.  

Ao todo, foram 110 trabalhos selecionados para participação no evento e 132 instituições convidadas. Além das apreciações dos projetos e programas, também estiveram na programação mesas redondas, palestras e apresentações de grupos artísticos da Universidade.   

Projeto ativo desde a segunda edição do Festival de Inverno da UFPR, as oficinas de cerâmicas se constituíram como uma das marcas do evento. A partir disso, criou-se um núcleo de ceramistas em Antonina juntamente com a APAE do município, uma relação que se intensifica ainda mais no 5o Festival, em julho de 1995, abrindo espaço também para um olhar mais atento voltado à inclusão social.  

Pelo grande envolvimento com a comunidade, o projeto foi continuado durante todo o ano, sendo coordenado pelo Departamento de Artes. Nas cinco primeiras edições do Festival de Inverno, mais de 4 mil crianças e jovens da rede pública de ensino – inclusive da APAE – haviam participado da oficina.  

Em outubro de 1995, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura lança diversos volumes do Caderno de Extensão. Entre as publicações, discute-se no volume 1 o perfil da extensão universitária nas universidades brasileiras, em especial nas instituições da região Sul. Nesse cenário, a UFPR também inicia seus trabalhos extensionistas com os movimentos sociais – como por exemplo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).   

Um ponto de preocupação exposto pela PROEC nos cadernos de extensão e de avaliação foi a denominada “extensão para dentro”. Apesar dos avanços nas ações praticadas, se observava uma lacuna entre o conceito de Extensão estabelecido em resoluções comparado com o que estava sendo desenvolvido. Além disso, a própria Pró-reitoria afirmava no Caderno de Extensão (1995), que deveria se dissociar das atividades extensionistas apenas a visão assistencialista e de prestadora de serviços.  

A partir do estabelecimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e o surgimento de novas dinâmicas da UFPR com a comunidade externa, o Estatuto da Universidade e Avaliação Institucional das atividades desenvolvidas precisaram se adequar.  

Nesse sentido, a Proec propõe alterações acerca da então resolução que regia a extensão na Universidade, a 24/93. Foi elaborado um anteprojeto sobre a atuação do Comitê Assessor de Extensão, ficando sobre responsabilidade do mesmo auxiliar em: a) normas e políticas de Extensão; b) aprovação de regimentos; c) análise das propostas de projetos e programas de Extensão; d) divulgação, formação e articulação das ações extensionistas; e) análise dos relatórios dos projetos e programas de extensão.    

Projeto proposto pelo Departamento de Geografia e Turismo da UFPR, com o objetivo de conscientizar a comunidade da Ilha acerca dos problemas ambientais e promover o turismo sustentável e de preservação.  

Para isso, foram desenvolvidos materiais de apoio aos alunos de escolas da Ilha, levantamentos da infraestrutura local bem como uma pesquisa aprofundada com os moradores acerca do turismo na região, principalmente sobre o comportamento dos turistas com o espaço natural.    

A PROEC recebe a Visita do professor Roberto Mauro Gurgel, do Estado do Maranhão, um dos pioneiros da Extensão Universitária no Brasil. Na ocasião, ele discorreu sobre o papel das universidades frente ao processo de globalização da economia e como a extensão é realizada em países da Europa e nos Estados Unidos. Discorreu também sobre as suas experiências na extensão universitária, enfatizando o papel da Extensão enquanto parte de um sistema pedagógico que não se limita à prestação de serviço.  

A PROEC participou do programa, atendendo o município de Girau do Ponciano, Alagoas. Dois professores do departamento de educação da UFPR ministraram um curso de capacitação a 13 professores do referido município, com 8 horas diárias de atividades.   

Os integrantes do CAEX contataram a necessidade de conduzir a extensão com mais seriedade, porque alguns projetos são efetivamente de pesquisa e têm sido aprovados pelo comitê de extensão. Outro fator discutido em atas dizia respeito aos critérios de progressão na carreira docente, na qual a extensão, naquele momento, não estava incluída.  

Maria José Justino, Pró-Reitora de Extensão e Cultura da época, apresentou o Plano Nacional de Extensão ao ministro da Educação e outras autoridades no Fórum Nacional de Extensão, em dezembro de 1999.  

Durante a apresentação, Justino destacou o conceito de extensão universitária e a sua crescente relevância como critério acadêmico. Nessa época, já se discutia a necessidade de estruturar a resolução e introduzir a extensão nos currículos e rever a definição dos conceitos programas, projetos, cursos e eventos.   

Criação da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP). VInculada à Proec, atua como programa de ensino, extensão e pesquisa universitária. Seu foco é fortalecer comunidades com base nos princípios da Economia Solidária, Tecnologias Sociais e Desenvolvimento Local. A ITCP promove ações interdisciplinares, orientando alunos em projetos que visam o empoderamento social, melhoria da qualidade de vida e a aplicação prática do conhecimento acadêmico para solucionar problemas reais nas comunidades. A incubadora busca superar limites através da autoavaliação contínua e planejamento estratégico, com o objetivo de influenciar positivamente a vida dos alunos e seu papel na sociedade.  

A consolidação da extensão na UFPR é retratada nos anos 2000 pela discussão permanente sobre a articulação com a comunidade nas ações extensionistas, pela integração com o ensino e a pesquisa feita na SIEPE e pela informatização, um importante passo para mensurar os dados para a busca de recursos e a definição de políticas que privilegiem a troca dialógica entre sociedade e universidade. 

Nas discussões do Plano Nacional de Extensão, estabeleceu-se que a extensão poderia vir a partir de demandas da comunidade, instituições governamentais, Diretório Central dos Estudantes (DCE) e centros acadêmicos. Foi pensada uma discussão para que técnicos administrativos também pudessem atuar na promoção da extensão, reforçando a conexão transformadora entre universidade e sociedade.  

Após 6 anos, a UFPR sediou novamente o 19º Seminário de Extensão Universitária da Região Sul (SEURS). O evento foi realizado nos dias 20 e 21 de agosto de 2001.   

O Enec (Encontro de Extensão e Cultura) foi realizado pela primeira vez de 29 a 31 de outubro de 2002, durante a SIEPE (Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão).  

No mês seguinte, ocorreu o I CBEU (Encontro Brasileiro de Extensão Universitária) na Universidade Federal de Pernambuco. O evento foi realizado de 9 a 12 de novembro de 2002, e a UFPR marcou presença com cerca de 12 estudantes bolsistas extensionistas.   

Apresentação do sistema de informações da extensão (SIEX), ao qual as universidades federais de Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul já tinham aderido. Esse sistema tem 2 objetivos, o primeiro referente a base de dados para avaliação da extensão e o segundo, de gestão para o retorno da rubrica de extensão no orçamento das universidades para o ano de 2004. 

Neste ano, o ENEC ocorreu pela primeira vez na modalidade digital, em que a entrega de fotos e documentos era feita por CDs. Desses arquivos, foi possível conhecer muito do que foi feito na extensão daquela época. 

O Projeto Rondon, interrompido em 1989, foi retomado a nível nacional em 2005. A UFPR participou do Projeto Rondon a partir do ano seguinte. Destaca-se as ações de “Metodologia Aplicada à Promoção de Saúde Bucal Durante o Projeto Rondon: Operação Vale do Ribeira”. Este projeto visou educar a população sobre os riscos da higiene bucal não eficiente. Durante 15 dias, a equipe realizou ações educativas como teatros infantis, palestras, pintura, instrução sobre higiene bucal e oficinas de capacitação para agentes comunitários.   

A UFPR esteve presente na Operação Rondon realizada na Amazônia Oriental. sob a coordenação do professor Cid Aimbiré de Moraes Santos. Ao todo, sete estudantes participaram da operação.  

O tema do ENEC 2007 foi “Entendendo a Extensão: a produção do conhecimento, formação acadêmica e transformação social”. O evento contou com várias homenagens. Entre elas, Marlene Walflor, que na época era gerente da Unidade de Programas e Projetos de Extensão da Coordenadoria de Extensão. Marlene também foi coordenadora do Programa de Extensão Universitária de Desenvolvimento Sustentável em Guaraqueçaba, onde atuou de 2004 a 2007, além de ter contribuído em outras iniciativas extensionistas.   

O XXIV Fórum de pró-reitores de extensão das universidades públicas brasileiras (FORPROEX) teve como tema “A parceria das Universidades com o Estado e os Municípios / A experiência das Universidades do Paraná”. O evento, foi realizado de 5 a 6 de junho de 2008 no Teatro da Reitoria.  

A nova resolução da extensão (70/08 – CEPE), visa descentralizar os processos administrativos de aprovação de novas ações extensionistas. A partir dali, as propostas de novos programas e projetos serão analisadas e aprovadas nos departamentos. As propostas de cursos continuariam sob a responsabilidade do CAEX.   

A Revista Extensão em Foco, criada em 2008 pela PROEC tem por finalidade publicar artigos originais e relatos inéditos de extensão universitária. Até o final de 2024, já foram publicadas 34 edições, com relatos de experiências extensionistas de várias instituições brasileiras, de acordo com as diretrizes e áreas temáticas definidas pela Política Nacional de Extensão Universitária do FORPROEX.

Na busca por integrar o ensino, a pesquisa e a extensão, é proposta a Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extensão”, (SIEPE). O evento anual é promovido para divulgar as atividades e programas acadêmicos coordenados pela Superintendência de Inclusão, Políticas Afirmativas e Diversidade (SIPAD), Pró-Reitoria de Graduação e Educação Profissional (PROGRAD), Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC) e Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG).  

O número de processos registrados na PROEC no ano de 2009 diminuiu em relação ao ano de 2008, isto devido ao processo educativo aplicado nas análises e ao encerramento oficial de programas ou projetos inativos. Nessa época, 25% dos professores da UFPR estavam envolvidos com a extensão. 

A UFPR completa seu centenário. A efeméride provoca reflexões e resgates históricos, inclusive da extensão. Ao mesmo tempo, a implementação de um novo sistema, a abertura a participação de aposentados também de destacam nos anos 2010. Por fim, o diálogo com a comunidade interna para esclarecimento das atividades extensionistas torna-se uma constante nos eventos organizados pela Proec. 

As reuniões do CAEX promoveram um diálogo para que os servidores técnicos em administração pudessem concorrer a bolsas de extensão. Tudo isso graças ao Decreto Nº 7.416, de 30 de dezembro de 2010, que trata da concessão de bolsas para o desenvolvimento das atividades de ensino e extensão universitária. Para 2011, ficou definido que técnicos administrativos poderiam participar da Coordenação de Programas e Projetos de Extensão (como já ocorria), desde que o outro membro dessa Coordenação (Coordenador ou Vice Coordenador) seja um docente em efetivo exercício, na compreensão de que as atribuições são compartilhadas entre Coordenador e Vice coordenador. 

Após avaliação de vários modelos de sistemas de gestão, o CAEX definiu que o SIGEU – Sistema de Gestão da Extensão, seria o instrumento para cadastro e avaliação de propostas de maneira informatizada. A implementação ocorreria no ano seguinte, durante as comemorações dos 100 anos da UFPR. 

Através do projeto de Bolsas 100 Anos da UFPR, destinadas a iniciativas acadêmicas relacionadas à temática do centenário da instituição, pesquisas foram desenvolvidas sobre a história da extensão na universidade. Em especial, destacam-se os trabalhos coordenados pela professora Nadia Gaiofatto Gonçalves, do Centro de Documentação e Pesquisa em História da Educação da UFPR. 

Por meio de discussões desenvolvidas desde 2010 no Caex, a Proec apresenta ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), uma proposta que, de acordo com as atas da época, era inédita no país: o Programa Docente Sênior Extensão. O eixo central da proposta é permitir que o docente aposentado possa continuar  a dedicar mais tempo e atenção, conforme desejar, a atividades extensionistas. O primeiro edital na UFPR para cadastro de docentes sênior ocorreu em 2014. 

No aniversário da UFPR, quatro profissionais que se destacaram na extensão, foram homenageados pela instituição. Nádia G. Gonçalves, pela consolidação do SIGEU; José Carlos Belotto, coordenador do Programa Ciclovida, que implantou Paraciclos na UFPR e articulou iniciativa privada e Poderes Públicos; Mariza de Almeida, do Centro de Línguas e Interculturalidade (CELIN), pela contribuição extensionista integrada à pesquisa na formação de alunos, e Irineu Mazzaro, coordenador do Programa FiBrA – Física Brincando e Aprendendo, que populariza fenômenos físicos de maneira prática. 

Uma longa greve, de 139 dias de mobilização, prejudicou as atividades extensionistas naquele ano. Embora muitos projetos tenham sido cancelados, houve discussões importantes sobre a curricularização da extensão, prevista no Plano Nacional de Educação desde 2014. 

Esse assunto foi tema de duas reuniões do FORPROEX, realizadas nos meses de maio, em Gramado/RS, e novembro, em João Pessoa/PB.  

A proposição da PEC 395/2014 visava alterar a redação do inciso IV do artigo 206 da Constituição Federal, referente à gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. O Fórum defendeu de forma intransigente a necessidade de manutenção e ampliação das ações de extensão que valorizam e apoiam as afirmações das identidades raciais, sociais, de gênero e de território das populações vulneráveis. 

A reunião do FORPROEX, ocorrida em Ouro Preto (MG) discutiu essa conjuntura e defendeu a função social da extensão enquanto estimuladora para melhoria das condições de vida e trabalho de segmentos da população brasileira, dando significado à formação universitária no contexto das necessidades locais e regionais. 

Para atender à resolução 72/11 do CEPE, foi instituído o Comitê Setorial de Extensão, e um representante das seguintes pró-reitorias: PRPPG, PROGRAD, PRAE e do SIBI. Esses representantes são uma ponte entre os integrantes do CAEX e as comunidades setoriais. 

Em 2018, a resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE/CES nº 7), estabelece as diretrizes e regulamenta o plano Nacional de Educação no que diz respeito à curricularização da extensão, tornando-se relevante, de acordo com Dalmolin e Vieira (2015) contribuindo a respeito da reflexão de que a extensão nas universidades sempre foi permeada por relações de poder em torno do que universidade, ou de qual formação queremos construir. A dialogicidade, neste sentido, pode ser um fator capaz de incluir novas compreensões sobre a problematização desta temática. 

Realizado na PROEC em parceria com a PROGRAD o “Projeto de Vivência e Compartilhamento da Extensão Universitária”, foi um momento de compartilhamento de experiências e divulgação da importância da Extensão Universitária na UFPR. Os participantes puderam dialogar sobre o conceito de Extensão, possibilidades de ação, bem como sobre sua relevância para a formação acadêmica. 

Nos últimos anos, a Pandemia do coronavírus impactou a forma de como se dá a interação da universidade com a sociedade. Ao mesmo tempo, a efetivação da curricularização da extensão e a intensificação da relação com a comunidade, por meio de grandes eventos, são os destaques da atual década na extensão da UFPR. 

Diante do cenário da pandemia da Covid-19, viu-se a necessidade de se estimular, valorizar e apoiar ações remotas de extensão.  

Nesse sentido, a Proec editou o livro de resumos “EXTENSÃO NA UFPR EM TEMPOS DE PANDEMIA”, em que mais de 130 ações mostraram o que foi realizado para amenizar os impactos negativos da emergência sanitária. Extensionistas e comunidade continuavam em contato, mas cada um na segurança de sua casa ou através do distanciamento social.  

Também ocorreu a implementação do novo Sistema de Gestão Acadêmica (SIGA), para gerenciamento de informações. Desde 2018, havia um movimento na UFPR para implantação de todo o processo de gestão acadêmica da graduação no Siga, que substituía outros sistemas que não integrados entre si.  

Inicia-se a articulação em Redes das ações extensionistas. A COEX organiza reuniões com os coordenadores que atua com as temáticas de Divulgação Científica e Idosos com o objetivo de reunir e articular as ações, para a construção de uma agenda de troca, interlocução e cooperação continuada entre os membros da rede em diálogo com a comunidade.   

A Proec integra o projeto “Abrace a Ucrânia”, que arrecadou brinquedos para as crianças refugiadas ucranianas, que fugiam da guerra com a Rússia. O Paraná é o estado brasileiro com o maior número de descendentes ucranianos do país e foi o destino de muitos refugiados.    

Após longos períodos de discussão, finalmente a resolução Resolução 57/19 – CEPE foi alterada, passando agora para a Resolução 03/2023. Com a creditação e curricularização da extensão nos cursos de graduação, surgiu a necessidade de ajustar tramitações na resolução, para dar celeridade ao andamento das atividades extensionistas e suas certificações    

A Equipe da Coordenadoria de Extensão da UFPR teve a iniciativa de realizar atividades nos Setores, visando dar maior visibilidade à Extensão. As visitas aos locais de trabalho, salas de aula, reunião do CAEX itinerante e a exposição “O Olhar da Comunidade”, aconteceu mensalmente em outros setores da Universidade. As visitas também serviram para esclarecer sobre as alterações da resolução 57/19 CEPE, que rege os processos da extensão na universidade.     

A UFPR sediou a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em julho, no Campus Centro Politécnico. A Coordenadoria de Extensão ficou responsável pela organização da SBPC Jovem, espaço voltado à divulgação científica para crianças. Destaca-se a participação de 87 projetos de pesquisa e extensão UFPR, articulados em uma mostra que ocorreu na tenda do evento.      

A UFPR participou do Paraná Faz Ciência, a Semana Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná. O Evento, organizado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ocorreu na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Entre os dias 06 e 10 de novembro, mais de 10 mil pessoas puderem conhecer os projetos realizados por nove projetos de extensão na Mostra Interativa de Ciência, Tecnologia e Inovação. As atividades visaram despertar o saber científico e a troca de saberes com os visitantes.      

O documentário “Extensão em Relatos – Narrativas Extensionistas da UFPR” é apresentado em evento no auditório Maurício Bissoli. O produto é resultado das visitas realizadas em 2022 e 2023 a projetos e programas de vários setores da UFPR.     

A PROEC lança editais para apoio financeiro para inserção da extensão universitária na pós-graduação. O primeiro fomentará em até R$ 3 milhões para fortalecer e a integralização da extensão nos cursos de graduação e educação profissional. Este valor é cerca de três vezes maior do que o do último edital, publicado em 2022. O segundo, com o apoio da CAPES, distribuirá, a partir de outubro de 2024, mais de R$ 1 milhão para integrar a pós-graduação à extensão.    

A Proec organiza a delegação da UFPR que participou do SEURS, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Trinta e cinco estudantes, de 19 ações extensionistas organizaram oficinas e apresentações orais. A temática escolhida para o evento foi “A Extensão que queremos” e procura refletir, a partir das práticas extensionistas atuais, “que futuros estamos produzindo e o que desejamos para as instituições de ensino superior e para a sociedade do amanhã”.     

A Coordenação de Extensão lançou o ebook “Experiências Extensionistas”, que teve como objetivo selecionar relatos de experiências, na forma de resumos. As equipes envolvidas em Programas e Projetos de Extensão compartilharam suas vivências, com o intuito de fortalecer o reconhecimento da Extensão como função acadêmica com ênfase na relação teoria e prática, na troca de saberes como uma ação transformadora entre sociedade e universidade e a indissociabilidade entre Ensino, Pesquisa e Extensão.   

REFERÊNCIAS